Crise exige que empresários desenvolvam inteligência emocional

Manter as empresas “vivas” em um momento de crise exigirá bastante dos empresários em vários aspectos. Mas, em meio ao caos, muitos não sabem nem por onde começar, já que o medo e as incertezas acabam nublando os pensamentos. O primeiro passo é manter a serenidade e usar a inteligência emocional.

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“Todo empresário é um ser humano e sofre de medo e insegurança diante da crise”, é o que explica o psicólogo Fredy Figner. E não é à toa, o impacto econômico do isolamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus é grande e já afeta muitos negócios.

Em certos casos, é necessário agir para evitar a “morte” da empresa, contudo, as decisões precisam ser técnicas e devem partir de especialistas. “Sozinho, o empresário não possui todas as informações que precisa e as decisões devem ser tomadas com base em especialistas”, aponta Figner.

O consultor recomenda que empresários procurem opiniões técnicas antes de tomar decisões, como por exemplo, um advogado do Trabalho para saber se vale a pena demitir ou não os funcionários. “Um coach ou consultor de negócios pode ser muito importante neste momento”, exemplifica.

Para o psicólogo, o empreendedor deve fazer uma observação do problema “olhando de fora, como se ele não fosse o empresário”. Esse olhar distanciado pode ajudar a manter as emoções controladas e colaborar no momento de tomar uma atitude.

Uma dica importante do consultor é fazer uma análise SWOT ou FOFA. Este exercício é uma técnica de planejamento estratégico utilizada para auxiliar pessoas ou organizações a identificar forças, fraquezas, oportunidades, e ameaças.

Contudo Figner explica que a análise deverá ser feita focando na solução, e não no problema. “Não dá para ficar problematizando o tempo inteiro, e só ficar reclamando, é preciso mudar o estado mental para encontrar uma solução”, alerta o especialista.

Inovação e novas oportunidades

Grandes ideias e produtos foram criados durante períodos de crise, porque as dificuldades obrigaram empresários a pensar em uma saída para continuar no mercado. Nem sempre é necessário criar algo do zero, muitas vezes uma nova roupagem e uma adequação dos produtos para o momento podem ajudar.

Um bom exemplo foi como surgiu o café solúvel. Após a crise 1930, os grãos de café estavam estragando, mas uma empresa decidiu aumentar a durabilidade daquele produto. Foi então que “criaram” um café para misturar direto no leite. Hoje o produto é um dos carros-chefe de uma multinacional e vale milhões.

Outro produto adaptado para um momento de crise foi o creme de avelã. Sem muito cacau disponível em um cenário pós-guerra, um confeiteiro italiano decidiu criar algo similar a uma pasta de chocolate, mas com menos cacau. Ele utilizou avelãs, açúcar e um pouco de cacau. Este produto é consumido em larga escala e reconhecido mundialmente. 

Figner comenta que o empresário precisa focar na reinvenção do seu negócio, adaptado para esta nova realidade. “Pode ser uma nova roupagem para algo que você já tem, algo semelhante a uma adaptação”, ressalta.

Modelo mental

“A situação é difícil e é normal que as pessoas sofram. Mas os empresários não podem focar no problema, porque ele não tem o controle de muitas coisas que estão acontecendo. Mas é preciso pensar ‘o que tenho?’, ‘o que posso fazer?’, ‘talvez novo produto?’ ou ‘testar uma nova estratégia?'”, exemplifica.

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O psicólogo recomenda uma mudança no modelo mental para agir no momento de crise. “Ele deve focar nas possibilidades e sair do looping do foco nos problemas. Porque ficar pensando no problema gasta energia em vão”, destaca o psicólogo.

Essa mudança do modelo mental é ao mesmo tempo o controle das próprias emoções frente aos problemas, mas também o de apoiar e liderar a equipe. O especialista conta que é um exercício controlar os pensamentos, e consequentemente, os sentimentos.

“Para quem tem equipe é importante deixar claro qual é o plano, porque ela tem uma expectiva de que o empresário tenha a inteligência para dar o direcionamento e nutrir os funcionários. E ele só vai conseguir fazer isso com a cabeça fria observando de fora”, reforça.

Parceiros estratégicos

Por fim, o especialista recomenda que o empresário busque uma rede de apoio com especialistas e parceiros estratégicos. Uma destas redes que podem ajudar os empresários é uma rede de permuta. “Você presta um serviço e recebe um crédito, e é possível gastar este crédito com outras empresas da rede. É algo como uma economia solidária”, finaliza.

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